DEBATE
NEPEI E FORUM MINEIRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL CONVIDAM
TEMA:
BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Dia:
28/06/2017, 19 horas
Local:
FAE/UFMG/Auditório Neidson Rodrigues
EXPOSITORAS:
Angela Rabelo Barreto
Zilma Ramos de Oliveira
COORDENAÇÃO:
Mônica Correia Baptista
PÚBLICO
PRESENTE: membros do Fórum Mineiro de Educação Infantil,
professores e alunos de graduação e pós-graduação da FAE/UFMG e
de outras instituições de ensino superior, professores e gestores
de educação infantil de Belo Horizonte e de municípios do
interior, outros profissionais da área. Devido ao número de
participantes, extrapolando a capacidade do auditório, foi
providenciada a transmissão para a sala de teleconferências, com
público também esgotado.
O
objetivo do evento foi o de dar uma visão geral sobre a BNCC da
Educação Infantil e seus fundamentos, o processo de construção
das versões, as diferenças entre a segunda versão e a versão
final encaminhada ao CNE, e sensibilizar para a importância do
posicionamento dos profissionais da área junto o Conselho Nacional
de Educação, responsável pela formulação do documento definitivo
da BNCC.
A
professora Angela Rabelo Barreto apresentou a legislação nacional
que fundamenta a BNCC-EI e apontou outras justificativas para sua
construção, como a oportunidade de consolidação da identidade da
educação infantil. Situou a BNCC-EI na história das discussões e
ações do Ministério da Educação/COEDI com respeito a
currículo/propostas pedagógicas. Mencionou os estudos sobre as
propostas pedagógicas implementadas nos estados e municípios,
realizados pela COEDI em vários momentos (1995-1996; 2008-2009;
2011-2012-2013, 2015-2016), nos quais foram analisadas tendências,
forças e fraquezas, buscando-se dialogar com as intenções postas
nesses documentos. Enfatizou o diálogo estabelecido entre o MEC, os
pesquisadores e especialistas, os professores e gestores das redes de
ensino e membros de conselhos e outras entidades envolvidas com o
tema nos diferentes momentos de elaboração dos documentos
orientadores nacionais. Em seguida, deu uma visão geral sobre a
BNCC-EI, sua fundamentação nas Diretrizes Curriculares Nacionais da
Educação Infantil de 2009, apresentando o que é proposto na
segunda versão como organização curricular: os direitos de
aprendizagem e desenvolvimento, os campos de experiências e os
objetivos por idade das crianças (até 18 meses, de 19 meses a 3
anos e 11 meses e de 4 anos a 5anos e 11 meses).
A
professora Zilma de Oliveira aprofundou nesses vários elementos da
base curricular, especialmente no significado de campos de
experiências. Justificou a escolha de campos de experiências para a
organização do currículo na educação infantil mencionando
teóricos que defendem que as experiências são estruturantes no
desenvolvimento e aprendizagem e na constituição dos sujeitos, como
Jorge Larrosa e John Dewey. Utilizou exemplos de práticas
pedagógicas que vivenciou ou estudou como pesquisadora e consultora,
para tratar do que pode ter ou não significado para as crianças,
instigando os participantes a refletirem. Sobre a versão final da
Base, elaborada pelo MEC e enviada ao Conselho Nacional de Educação,
avaliou que no caso da educação infantil, diferente do que ocorreu
com o ensino fundamental, não houve tantas alterações e que muitas
delas visaram “enxugar o texto” transformando-o para um estilo
dominante nos documentos normativos. Nas alterações realizadas pelo
MEC apontou problemas como os dos campos de experiências “Corpo,
gestos e movimentos” e “Escuta, fala, pensamento e imaginação”,
reduzido na versão final a “Oralidade e Escrita”. Como havia
sido previsto, Zilma passou que Mônica aprofundasse nas
considerações sobre esse último campo de experiências.
A
professora Mônica Correia iniciou seus comentários discordando de
Zilma de que as alterações realizadas pelo MEC não tenham
acarretado grande mudança. Dos problemas vistos por ela na versão
final, destacou perdas na presença dos bebês na Base, além de uma
visão mais “transmissiva”. Destacou ainda a ausência de
participação dos atores da área, que até então tinham sido
envolvidos, e de transparência na elaboração da versão
encaminhada ao CNE. Tratou, ainda, dos documentos encaminhados ao CNE
que questionam as alterações promovidas na versão final e
solicitam reconsiderações. Reforçou a importância de continuidade
de articulação da área para garantir o que estava na segunda
versão.
No
debate, as questões giraram em torno do conceito de campos de
experiências, a necessidade de que os docentes tenham sensibilidade
às experiências das crianças, os impactos na Educação Infantil
da definição de que a criança deve estar alfabetizada aos 7 anos,
entre outros aspectos.
Pelas palavras de alguns participantes no debate, os aplausos e as conversas ao final, observou-se que houve uma boa avaliação do seminário, justificando outros eventos formadores de aprofundamento nessa e em outras questões da Educação Infantil.
Pelas palavras de alguns participantes no debate, os aplausos e as conversas ao final, observou-se que houve uma boa avaliação do seminário, justificando outros eventos formadores de aprofundamento nessa e em outras questões da Educação Infantil.
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