Belo Horizonte, 5 de dezembro de 2017.
O Fórum Mineiro de Educação Infantil (FMEI), um coletivo de professoras, pesquisadoras e
ativistas que após um longo período antidemocrático, organizou em 1998, um movimento
social pela garantia do Direito à Educação Infantil, vem manifestar sua indignação com a
“Operação Esperança Equilibrista”, ironia e escárnio deslavado dos golpistas contra a direção
da UFMG.
Este evento comandado pela Polícia Federal ocorre em um contexto de criminalização,
descrédito do trabalho intelectual e da Universidade pública, assim como dos Movimentos
Sociais. No entanto, exalta-se as iniciativas privatistas, apontadas por políticas neoliberais,
como soluções para o enfrentamento de problemas estruturais brasileiros.
A convergência entre a repressão policialesca (PF), a intervenção com o apoio do Tribunal de
Contas da União (TCU) e da mídia não é por acaso. Emerge como instrumentos do Estado de
exceção, que incrimina os setores que se abrem ao enfrentamento de problemas da sociedade
brasileira, tomando como objeto de conhecimento público, a memória e a justiça no período
ditatorial.
A construção do Memorial da Anistia revela uma visão histórica de vital importância para as
novas gerações, sujeitos de direito à memoria. Ao criminalizar os que se comprometem em dar
continuidade à construção do Memorial da Anistia em Belo Horizonte intensificam a volta do
obscurantismo, que silencia e amordaça os que lutam pelas liberdades democráticas.
Manifestamos nossa solidariedade aos dirigentes e ex-dirigentes da UFMG, violentados por
uma ação coercitiva, que deve ser objeto de julgamento. Estendemos à comunidade
universitária da UFMG nossa solidariedade e apoio.
Comissão Articuladora do FMEI
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